Polícia Civil de Porto Seguro investiga blogueiro italiano suspeito de estelionato
06/03/2011, 13h10 - Por
Polícia Civil de Porto Seguro investiga blogueiro italiano suspeito de estelionato
A internet está virando cada vez mais palco para crimes e investigações que ultrapassam fronteiras e nações. A Polícia Civil de Porto Seguro está investigando o blogueiro italiano Paolo Pietro Barrai, acusado pelos crimes de estelionato, chantagem e difamação que teria cometido na rede, nos últimos dois meses, contra o empresário Luigi Rotunno que também é italiano. As investigações estão sendo conduzidas pela delegada titular de Porto Seguro, Eliana Teles Barbosa que já tem experiência em solucionar crimes do ciberespaço. Dentre outros casos elucidados, foi ela a descobrir os responsáveis pelo primeiro furto pela rede em Porto Seguro, nove anos atrás, quando uma publicitária teve milhares de reais subtraídos por um conhecido através da internet.
A Polícia Civil de Porto Seguro ouviu na última sexta feira, pela manhã, o blogueiro italiano, autor do blog Mercato Libero, mas o depoimento dele ocorreu a portas fechadas. De acordo com a delegada Eliana Teles Barbosa os supostos crimes teriam sido cometidos por Barrai na internet, com várias acusações que culminaram com uma “Notitia Criminis” apresentada pela vítima (registrada na delegacia circunscricional de Porto Seguro sob o nº 07220110011377): “a princípio estamos investigando-o por estelionato, mas há também a questão da difamação, uma vez que o blogueiro teria desmoralizado a vítima na internet de todas as maneiras”, disse Eliana Barbosa, “no interrogatório falou ainda de máfias de Berlusconi e outras coisas que estamos apurando, mas agora estamos cuidando da segurança do Carnaval e temos que esperar quarta-feira”.
Pressões extorsivas e difamação
Os fatos ocorreram nos últimos meses quando o blogueiro Paolo Barrai Apresentou-se ao empresário Luigi Rotunno para divulgar notícias sobre o mercado imobiliário brasileiro na Itália. O que parecia ser o começo de uma divulgação de um produto, logo virou um inferno midiático com mensagens anônimas e apócrifas, em blogs que não controlam o conteúdo dos post antes de pôr on line, “as exigências financiarias dele aumentavam a cada vez mais, ao mesmo tempo em que, diante de meus questionamentos, começaram aparecer na rede difamações gravíssimas contra minha pessoa, e as pressões deles foram cada vez mais extorsivas”, relatou o empresário Luigi Rotunno, vítima do blogueiro “ao mesmo tempo em que utilizava, desta vez no blog dele, nossas logomarcas e projetos como fossem dele, apropriando-se de forma indevida de nosso trabalho. Eu não pretendo ceder à chantagem e por isso resolvi denunciar o fato às autoridades competentes”.
A maior preocupação do empresário é a com os prejuízos criados pela ação difamatória, “o que é mais preocupante é que uma empresa sólida e real, com dezenas de milhares de metros quadrados construídos, entregues e escriturados, na praia do Mutá, como a Imoplanet, com mais de duzentos funcionários, todos residentes com suas famílias em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, possam ser ameaçadas e chantageadas por uma pessoa que só tem um computador e nenhum escrúpulo em prejudicar sem medir as consequências. Difamação é crime, no Brasil, na Itália e em qualquer lugar do mundo, no nosso caso é muito mais grave pois ameaça centenas de pessoas”.
De fato o problema é exatamente este: um crime ou um ilícito cometido na rede, onde pode ser perseguido? No país do servidor que hospeda os blogs, ou sites? No país de residência de quem comete os fatos? No país de residência das vítimas? No país onde os prejuízos gerados pelas difamações criam danos à economia local podem até deixar desempregadas centenas de pessoas? A questão está em aberto, considerando ainda a velocidade de transformação, velocidade muitas vezes superior ao mundo real. As tramas organizadas no mundo virtual, porém no final da história têm que voltar ao mundo real para pegar, fisicamente, o dinheiro. A delegada que está conduzindo as investigações, Eliana Teles Barbosa, é uma profunda conhecedora de Porto Seguro e da Costa do Descobrimento, onde investiga , e soluciona, há anos casos complexos de estelionato.
Descobrindo Estelionatários
Foi assim quando, graças aos restos de uma garrafa com gasolina ela descobriu um empresário que simulou um incêndio de um avião na pista do aeroporto de Porto Seguro, para receber o valor integral, como nova, por uma aeronave totalmente sucateada. No mundo virtual, foi ela a desmascarar o primeiro caso de crime de internet em Porto Seguro. Na época uma publicitária viu que sua conta bancária havia várias transferências bancárias pela internet, que ela não tinha feito.
Um conhecido tinha utilizado a rede para cometer o crime, (graças também à senha menos indicada do mundo, a data de nascimento!). Mas no final precisou de uma conta bancária real para direcionar o dinheiro e posteriormente sacá-lo. Na época o estelionatário utilizou um intermediário que encontrou um titular de uma conta que em troca de uma quantia em dinheiro emprestou a conta para fazer a transação. Na fila do banco, porém a surpresa, ao lado do caixa os agentes coordenados pela delegada Eliana Barbosa surpreenderam os dois em flagrante e através deles chegaram ao idealizador. Para os três, o final da história não foi nada virtual: as algemas nos pulsos, e as celas do Complexo Policial de Porto Seguro!
Mídia Mutá/Antonio Alberghini
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